Open Source

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Esse é um tópico complexo — pode ser entendido mais como um desabafo do que como algo realmente útil —, mas pode trazer uma lição essencial para programadores iniciantes.

Lembro que, quando comecei no mundo da programação, tinha uma ânsia enorme por mostrar resultados, por provar os conhecimentos que havia conquistado. No entanto, eu não tinha ideia de como demonstrar isso, nenhuma forma concreta de mostrar que sabia mais do que o que era ensinado nos cursos.

Sempre evitei projetinhos como calculadora, pokedex e família! E toda vez que eu procurava alguma forma de colocar esse conhecimento em prática, alguma dica de onde começar a ter visibilidade no mercado, o conselho era sempre o mesmo: contribua para um projeto open source!

Ok, mas… qual? Como? Por onde começar? Como encontrar um projeto acessível para iniciantes?

Por razões óbvias, um iniciante como eu não começaria contribuindo para algo como o kernel do Linux, por exemplo. Por isso, mantive essa ideia engavetada — até alguns anos atrás, quando comecei a trabalhar profissionalmente com Python, e minha principal ferramenta do dia a dia passou a ser o FastAPI.

Foi então que, navegando pela rede atrás de algum tutorial — se não me engano, sobre autenticação via AzureAD com FastAPI —, encontrei o projeto FastAPI do Zero, ainda em suas fases iniciais, apenas em texto, com os módulos finais em desenvolvimento.

Ali eu não sabia ainda, mas aquele seria um passo gigantesco na minha carreira como desenvolvedor. Alinhado ao aprendizado em FastAPI estava a base de todo o desenvolvimento web moderno: APIs, Docker, testes, modelagem de banco de dados…

Todo esse conhecimento, explicado em detalhes, utilizando tecnologias amplamente adotadas pelo mercado — atualizado e gratuito. Sem custo algum, para quem quisesse aprender no próprio ritmo.

Naquele mesmo dia, cheguei em casa, criei um repositório no meu GitHub e fui desenvolvendo a API junto com o conteúdo. Ao final, com a aplicação totalmente funcional, testada e conteinerizada, consegui sentir um avanço real no meu nível.

Mas ali também senti uma necessidade: agradecer. Pelo conteúdo, pelo tempo e pela dedicação em criar e disponibilizar um material tão completo. Então clonei o repositório do curso, revisei todas as aulas e, uma a uma, apliquei correções — fosse na ortografia, fosse em trechos de código. Testei os comandos tanto no Linux — na época eu usava Debian — quanto no Windows.

Arrumando um caractere ou uma frase, a minha primeira contribuição para um projeto open source foi basicamente revisar um curso. E, até o dia em que escrevo este post, o meu “comprovante” de participação ainda está lá.

Não precisei criar um SaaS ou um sistema revolucionário, nem reestruturar a lógica de algum projeto complexo para otimizar resultados. Uma simples revisão de texto ou testes em ambientes diferentes já me proporcionaram a experiência de colaborar com a comunidade — afinal, tive que clonar, modificar, commitar e abrir uma PR com as alterações aplicadas.

A sua primeira contribuição pode ser tão simples quanto isso. Até mesmo criar um README.md traduzido para o português pode ser uma grande contribuição para um projeto open source.

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